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Mostrando postagens de agosto, 2007

A Sereia

Ó, meu amado, repousa agora inerte em meu colo, as marés balançam seus braços como num adeus, seus cabelos longos e claros como se ao vento. Minhas lágrimas perdem-se na água salgada do mar, mas meu sofrimento não carece das lágrimas para ser notado. Não sei há quantas horas velo seu corpo, mas que me importa o tempo? Vago há séculos pelos mares deste mundo. Não sei de onde vim nem por que fui criada assim. Nunca se apresentou a mim um Deus, um Criador, um Pai ou uma Mãe. Existo e isso é tudo. Não me resta outra opção que não a de seguir vivendo. Tenho um absoluto fascínio pela sua raça. Os que estão acima da superfície, e movem-se com suas pernas e pés. Não satisfeitos em andar sobre a terra, navegam sobre as águas e sob a superfície, com suas embarcações. Voam como os pássaros com suas asas falsas. Você olhou para mim, meu amor? Não, claro que não, apenas o movimento das águas fez com que um dos seus olhos se abrisse. Eu o fecho com um beijo. Ainda me lembro da primeira vez que vi es