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Pequeno Poema Gótico

Numa cidade pequena no meio do nada, do nada, No alto de uma colina Um casa abandonada. Sem dono, sem cores, sem vida, Um dia se torna habitada. Uma velha, louca, mendiga, Sem eira nem beira, enjeitada. Faz ali sua moradia, Faz daquilo o seu lugar. Vive só, sem companhia, Mas agora tem um lar. A cidade não aceita! De onde veio esta andarilha? De quem será que ela foge? Quem será sua família? E assim, por onde ela passa, Sua aparência a condena. Bruxa Velha! Bruxa Velha! O povo a enxota sem pena! Mas a velha, que lhe importa? Não veio atrás de amizade. Calada, tudo suporta. Não clama por piedade. Segue a vida, se isola Lá no alto da colina. De dia ninguém lhe procura. De noite ninguém se aproxima. Bruxa Velha! Bruxa Velha! Que mora na casa assombrada. Chegar perto, ninguém ousa, Da colina amaldiçoada! Um dia bateu-lhe à porta Moça rica da cidade. Seus cabelos de um ouro  Qual as jóias que usava. Filha de um homem tão rico, Para ela nada faltava. Mas veio ter com a velha, Em cada olho, u

Toc toc toc

 Toc toc toc. O homem olhou para a porta.  Silêncio.  Um minuto. Uma eternidade. Toc toc toc. Levantou-se, pegou o revólver, foi até a porta. - Quem é? Silêncio. - Quem é? - Você sabe.  A voz que atravessou a porta era aguda e baixa, um sussurro. Abriu a porta devagar, uma nesga, o pé pronto para impedir que a porta se abrisse mais caso fosse empurrada. A arma escondida atrás do corpo, dedo no gatilho. - O moço vai atirar em mim com esta arma? O homenzinho à sua frente não estava com medo. Um metro e meio de altura, magro, o cabelo ralo penteado para o lado numa tentativa de disfarçar a calvície, uns óculos de aro preto e grosso, que aumentavam seus olhos, uma camisa xadrez, calça de veludo e botas pretas. - Não, mas quando batem na sua porta a esta hora, no meio do mato, a gente fica desconfiado. - Está mais tranquilo agora?  - O que você quer? - Conversar. Posso entrar? O homem hesitou. O homenzinho permaneceu em silêncio, olhos nos olhos.  - Vamos sentar aqui fora,